Imunidade parlamentar: o que é, quando vale e onde tem limite

Se você já ouviu falar que parlamentares não podem ser presos ou processados, está pensando na imunidade parlamentar. Mas esse assunto tem mais camadas do que parece. Vamos explicar de forma simples como funciona, quando pode ser usada e onde a lei coloca barreiras.

Tipos de imunidade

Existem duas formas principais: a imunidade material e a imunidade formal. A material protege o parlamentar contra prisão, exceto em casos de flagrante de crime inafiançável, como homicídio ou tortura. Já a formal garante que, em processos civis ou criminais, o deputado ou senador só pode ser citado por meio da Mesa da Casa que ele integra. Essa medida evita que o legislador seja atingido por ações judiciais fora do ambiente parlamentar.

Quando a imunidade se aplica

Para usar a imunidade, o parlamentar precisa estar no exercício do mandato e a ação deve estar relacionada a atos políticos ou ao exercício da função. Por exemplo, críticas a projetos de lei ou discussões no plenário são cobertas. Por outro lado, crimes comuns como corrupção, tráfico ou fraude não se beneficiam da imunidade material; o parlamentar pode responder como qualquer cidadão, embora o processo ainda precise seguir o trâmite para remover a proteção formal.

Um ponto que gera confusão é a diferença entre “imunidade” e “privilegio”. A imunidade tem base constitucional e tem objetivo de garantir a independência do Poder Legislativo. Já privilégios, como verba de gabinete ou passagem aérea, são benefícios que podem ser questionados judicialmente e não têm o mesmo escudo legal.

Nos últimos anos, casos de figuras públicas como deputados federais e senadores foram levados ao STF para decidir se a imunidade deveria ser mantida. Decisões recentes mostraram que o Supremo tende a limitar a imunidade quando há indícios claros de crime comum, reforçando o princípio de que ninguém está acima da lei.

Para quem acompanha a política, entender esses limites ajuda a interpretar notícias e a acompanhar processos. Se um parlamentar é citado em um processo, procure saber se a Mesa já recebeu o pedido de comunicação. Quando a Mesa autoriza a intimação, a imunidade formal foi afastada e o caso segue no Judiciário.

Outra dúvida frequente é o que acontece se um parlamentar perde o mandato antes da conclusão do processo. Nesse caso, a imunidade formal desaparece e o ex-parlamentar pode ser processado normalmente, enquanto a imunidade material continua válida apenas em situações específicas de flagrante.

Em resumo, a imunidade parlamentar existe para proteger a atuação política, mas não é um passe livre para cometer crimes. Ela tem regras claras, e a própria Constituição e o STF garantem que essas regras sejam cumpridas. Fique atento às notícias, verifique as fontes e lembre‑se de que a transparência é essencial para manter a confiança na política.

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