Prevenção do suicídio: Como identificar sinais e buscar ajuda

Falar sobre suicídio ainda é um tabu, mas quem se importa com alguém precisa saber o que observar e como reagir. Não é preciso ser especialista – basta prestar atenção nos pequenos indícios e oferecer apoio de forma simples e sincera.

Sinais de alerta que você pode notar no dia a dia

Algumas atitudes costumam aparecer antes de uma pessoa tomar a decisão final. Se alguém começar a se isolar, abandonar hobbies ou perder o interesse por coisas que antes gostava, pode ser um indicativo. Comentários como "não vejo mais sentido" ou "não tem mais saída" também são bandeiras vermelhas. Mudanças bruscas de humor – de muito triste para muito calmo de repente – podem sinalizar que a pessoa já pensou em acabar e decidiu seguir em frente.

Fique de olho também em comportamentos de risco: aumento do consumo de álcool ou drogas, compra de objetos incomuns (como pistolas ou comprimidos) e até a escrita de cartas de despedida. Se alguém começa a falar sobre morte de forma recorrente, isso não é fanfarra, é um pedido de atenção.

Como oferecer apoio sem julgar

Quando perceber esses sinais, a primeira coisa é conversar. Escolha um momento tranquilo, faça contato olho no olho ou por mensagem, se for mais fácil, e diga algo como "Notei que você tem parecido triste, quero entender o que está acontecendo". Evite frases que minimizem o sentimento, como "vai melhorar, não se preocupe". Em vez disso, mostre que está lá para ouvir, sem pressa e sem interrupções.

Escute o que a pessoa tem a dizer, valide o sentimento – algo como "Entendo que está difícil, é normal se sentir assim quando tudo parece pesado" – ajuda a criar confiança. Se a pessoa mencionar um plano concreto, leve a sério. Pergunte diretamente: "Você está pensando em como fazer isso?" Estudos mostram que perguntas diretas não aumentam o risco, ao contrário, podem abrir espaço para que a pessoa fale.

Ofereça soluções práticas: marcar uma consulta com psicólogo, levar ao pronto‑socorro se houver risco imediato, ou ligar para o Centro de Valorização da Vida (CVV) – número 188 – que funciona 24 h. Se a pessoa não quiser ajuda naquele momento, respeite, mas deixe claro que você está disponível e que pode tentar novamente depois.

Não carregue o peso sozinho. Converse com profissionais, familiares ou amigos de confiança. Compartilhar a preocupação evita que o estresse se acumule e permite que a rede de apoio atue de forma coordenada.

Lembre‑se: prevenção do suicídio começa com pequenos gestos de atenção. Um olhar atento, uma palavra de acolhimento e a disposição de buscar ajuda podem salvar uma vida. Se você está passando por uma crise, procure ajuda imediatamente. Você não está sozinho.