Piastri conquista pole e vitória no Sprint do Catar; Verstappen luta contra problemas no carro
nov, 29 2025
Oscar Piastri fez o que muitos achavam impossível: superou seus próprios companheiros de equipe e o campeão em título em uma pista que não favorecia a McLaren. Neste sábado, 29 de novembro de 2025, no Lusail International Circuit, em Lusail, Qatar, o australiano de 23 anos conquistou a pole position para a Sprint do CatarLusail com um tempo de 1:20.055, superando George Russell por apenas 32 milésimos e seu companheiro de equipe Lando Norris por quase duas décimas. E não parou por aí: dominou a corrida de sprint de 24 voltas, vencendo com autoridade. Enquanto isso, Max Verstappen, o atual campeão, lutava com o efeito de ‘porpoising’ — um balanço violento do carro — que o deixou fora de forma, terminando em quarto, atrás até do seu próprio companheiro, Yuki Tsunoda.
Um fim de semana que mudou o campeonato
Antes da corrida, Norris liderava o campeonato com 24 pontos de vantagem sobre Piastri e Verstappen. A expectativa era que ele pudesse garantir seu primeiro título mundial neste fim de semana — algo que nunca aconteceu na F1. Mas o que aconteceu no sábado foi o contrário: enquanto Norris terminou em terceiro na sprint, Verstappen perdeu mais pontos, ampliando a diferença para 25 pontos. Isso significa que, mesmo que Norris vença a corrida principal no domingo, o título ainda está longe de ser garantido. O que antes parecia uma formalidade virou uma batalha de resistência mental.Piastri, por outro lado, voltou ao topo depois de quase três meses sem pole position. Sua última foi no Grande Prêmio da Holanda, em setembro. Desde então, não havia subido ao pódio desde o terceiro lugar em Monza, em 1º de setembro. Agora, com a vitória na sprint, ele não só recupera confiança como se torna o principal candidato a interromper a hegemonia da Red Bull.
Problemas na Red Bull: mais do que apenas vento
A Oracle Red Bull Racing chegou a Lusail como favorita, mas o carro de Verstappen parecia descontrolado. O famoso efeito de ‘porpoising’ — que já havia sido um pesadelo em 2022 — voltou com força. A pista de Lusail, com suas superfícies rugosas e curvas de alta velocidade, acentuou o problema. Verstappen foi superado por Tsunoda na classificação, algo raro na equipe. "Não conseguimos encontrar o equilíbrio", confessou o técnico chefe Christian Horner após a sessão. "O carro está pulando como se estivesse em um terreno irregular. Não é só o chassi — é a interação com o pneu e o asfalto. Nós estamos investigando, mas não temos uma resposta rápida."Isso é ainda mais preocupante porque, nos últimos três anos, a Red Bull dominou o calendário com eficiência quase cirúrgica. Agora, em uma pista que deveria ser ideal para seu design aerodinâmico, estão atrás da McLaren — e não por um milésimo, mas por décimas inteiras.
A ascensão da McLaren: mais do que sorte
A McLaren Racing não está apenas aproveitando um dia bom. Em Lusail, a equipe de Zak Brown e Andrea Stella demonstrou consistência. Piastri já venceu a sprint aqui em 2023 e 2024 — e desta vez, fez isso com um carro que, segundo ele, estava "menos ideal" na classificação. "Tive muito substeer na curva 4 na última volta, mas ainda assim consegui manter o ritmo", contou ele. "Foi mais sobre gestão de pneus e paciência do que pura velocidade."Isso é crucial. A pista exige que os pneus durem 25 voltas, conforme limitação imposta pela Pirelli. A McLaren parece ter encontrado o equilíbrio perfeito entre desempenho e durabilidade. Norris, que teve um erro na última curva da classificação, ainda assim foi o mais rápido da Mercedes e terminou em terceiro — um resultado que, embora decepcionante para ele, foi um alívio para a equipe, que não quer perder pontos para a Red Bull.
Os outros na briga
O top 10 foi um retrato da nova ordem da F1: Fernando Alonso (Aston Martin) em quarto, Kimi Antonelli (Mercedes) em sétimo — o jovem de 18 anos mostrando que não é apenas um nome de futuro, mas uma ameaça real —, Carlos Sainz (Williams) em oitavo, Charles Leclerc (Ferrari) em nono e Alex Albon (Williams) em décimo. A Ferrari, que vinha melhorando desde o GP dos EUA, voltou a ter problemas de velocidade pura. Leclerc, que havia sido quarto em Jeddah, só conseguiu o nono lugar aqui.Os dados mostram que, em Lusail, os carros com maior downforce e menor sensibilidade ao vento cruzado tiveram vantagem. A McLaren, com seu design mais conservador, se saiu melhor do que os carros de ponta da Red Bull e da Ferrari, que apostaram em aerodinâmica mais agressiva.
O que vem a seguir
A corrida principal está marcada para domingo, 30 de novembro, às 18:40 horário local. Norris ainda tem chances de conquistar o título — mas agora precisa vencer e esperar que Piastri não suba ao pódio. Verstappen precisa de um milagre: vencer e que Norris caia fora. Piastri, por sua vez, está na melhor posição possível: sem pressão, com o carro funcionando e com a equipe confiante."Estamos em um bom caminho", disse Piastri após a corrida. "Antes, nos últimos fins de semana, as coisas simplesmente não funcionavam. Aqui, tudo fluíu. Não foi sorte. Foi trabalho."
Se ele vencer a corrida principal, será o primeiro alemão a conquistar o título desde Sebastian Vettel — e o primeiro a fazê-lo com a McLaren desde Mika Häkkinen, em 1998. O que começou como um simples fim de semana de sprint pode se tornar o início de uma revolução na F1.
Frequently Asked Questions
Como o desempenho da McLaren mudou desde o GP da Itália?
Desde o terceiro lugar em Monza, em 1º de setembro, a McLaren passou por ajustes na aerodinâmica e na gestão de pneus. Em Lusail, o carro mostrou maior estabilidade em curvas de alta velocidade e melhor resistência ao desgaste, algo que antes era seu ponto fraco. Piastri e Norris terminaram nas três primeiras posições nas três últimas sprints, o que indica que a evolução foi consistente, não acidental.
Por que o problema de ‘porpoising’ afetou tanto Verstappen em Lusail?
O asfalto de Lusail é mais rugoso e com menos aderência que outras pistas recentes, o que amplifica o efeito de salto do carro. A Red Bull, que prioriza downforce extremo, tem mais dificuldade em manter o carro estável nesse tipo de superfície. Isso não aconteceu em Abu Dhabi ou Jeddah, onde o asfalto é mais liso. O problema não é novo, mas aqui se tornou crítico.
O que significa a performance de Kimi Antonelli para a Mercedes?
Antonelli, de apenas 18 anos, terminou em sétimo, superando seu companheiro de equipe George Russell em ritmo de corrida. Isso mostra que a Mercedes está construindo um futuro sólido ao redor dele. Russell, que foi segundo na sprint, ainda lidera a equipe, mas o jovem italiano já demonstra ter o potencial para ser o novo rosto da equipe nos próximos anos.
Por que a Pirelli impôs limite de 25 voltas nos pneus?
A pista de Lusail gera altas cargas laterais e temperaturas elevadas nos pneus traseiros, especialmente nas curvas 5, 8 e 12. A Pirelli já havia observado desgaste acelerado nos treinos livres. O limite foi imposto para evitar falhas de segurança — algo que já aconteceu em 2022 em Mônaco. Equipes que não gerenciaram bem os pneus, como a Ferrari, sofreram perda de desempenho na segunda metade da corrida.
O que Piastri precisa fazer no domingo para ganhar o título?
Ele não precisa vencer. Se Norris terminar fora do pódio e Piastri for segundo, ele reduz a diferença para 10 pontos. Se ele vencer e Norris terminar em quarto ou pior, Piastri assume a liderança. A matemática ainda permite que ele seja campeão ainda este fim de semana — algo que ninguém imaginava antes da sprint.
Há precedentes de um piloto vindo de trás para ganhar o título na última corrida?
Sim. Em 2021, Max Verstappen superou Lewis Hamilton na última corrida em Abu Dhabi. Em 1986, Nigel Mansell perdeu o título para Alain Prost por um ponto, mas em 1994, Michael Schumacher venceu o campeonato mesmo sem vencer a última corrida. A F1 já viu reviravoltas extremas — e Lusail pode ser o palco da próxima.
Ulisses Alves
novembro 30, 2025 AT 00:56Daiana Araújo Martins Danna
dezembro 1, 2025 AT 03:10claudio de souza silva
dezembro 1, 2025 AT 18:14