Libertadores 2025: confrontos e datas das quartas de final definidos

Brasil e Argentina voltam a dividir as atenções na fase mais quente do continente. As quartas de final da Libertadores 2025 reúnem três brasileiros (Palmeiras, Flamengo e São Paulo), quatro argentinos (River Plate, Estudiantes, Racing e Vélez Sarsfield) e a LDU de Quito, do Equador. É a cara da competição: pressão, viagens longas, estádios cheios e margem zero para erro.
Confrontos das quartas e calendário
A Conmebol definiu o calendário em duas semanas: 17 e 18 de setembro (ida) e 24 e 25 de setembro (volta). Quem avançar joga as semifinais nas semanas de 22 e 29 de outubro. A decisão será em jogo único, em 29 de novembro, no Estadio Monumental, em Lima (Peru).
- Palmeiras x River Plate
• Ida: River Plate x Palmeiras – 17/9 (terça), 21h30, Estadio Monumental de Núñez, Buenos Aires
• Volta: Palmeiras x River Plate – 24/9 (terça), 21h30, Allianz Parque, São Paulo - Flamengo x Estudiantes de La Plata
• Ida: Flamengo x Estudiantes – 18/9 (quarta), 21h30, Maracanã, Rio de Janeiro
• Volta: Estudiantes x Flamengo – 25/9 (quarta), 21h30, La Plata - São Paulo x LDU de Quito
• Ida: LDU x São Paulo – 18/9 (quarta), 19h00, Estadio Rodrigo Paz Delgado, Quito
• Volta: São Paulo x LDU – 25/9 (quarta), 19h00, Morumbis, São Paulo - Racing x Vélez Sarsfield
• Confronto 100% argentino, com jogos nas mesmas janelas de 17-18 e 24-25/9; horários locais serão confirmados pelo organizador.
Sem gol qualificado: desde a mudança no regulamento, saldo de gols decide a vaga; empate no agregado leva direto aos pênaltis nos mata-matas (sem prorrogação). Na final, há prorrogação antes dos pênaltis.
O caminho até aqui teve eliminações pesadas. Nos confrontos de oitavas e fases anteriores: Flamengo passou pelo Internacional; São Paulo superou o Atlético Nacional; a LDU eliminou o Botafogo; o Palmeiras bateu o Universitario; o River tirou o Libertad; o Estudiantes venceu o Cerro Porteño; o Racing deixou para trás o Peñarol; e o Vélez despachou o Fortaleza com vitória por 2 a 0 em casa.

O que pesa em cada duelo
Palmeiras x River Plate é jogo grande por definição. De um lado, o time brasileiro com a melhor campanha da fase de grupos e um elenco acostumado a decisão. Do outro, um River que se sente em casa no Monumental e empilha campanhas profundas na Libertadores. A ida em Buenos Aires tende a ser tensa, com pressão no meio-campo e bola aérea entrando o tempo todo. A volta no Allianz Parque dá ao Palmeiras o mando em um gramado que o time conhece bem e costuma acelerar o jogo.
Histórico e clima contam. River é tetracampeão continental e sabe virar série difícil. O Palmeiras, tricampeão, aprendeu a jogar fora e não se desespera quando precisa controlar o relógio. Sem gol qualificado, administrar placar mínimo não basta — quem recua demais paga o preço. Expectativa de duelos diretos nas pontas, muita disputa por segunda bola e atenção máxima às bolas paradas.
Flamengo x Estudiantes coloca frente a frente um elenco com vocação ofensiva e um adversário que adora estratégia, disciplina tática e bola parada. O Maracanã empurra, e o rubro-negro tende a ter volume alto na ida. Só que em La Plata o Estudiantes cresce: estádio colado no campo, pressão organizada e muita disputa por cada metro. Um detalhe recorrente nessas séries: quem perde o controle emocional vira alvo de faltas inteligentes e perde a posse em zonas perigosas.
Experiência pesa aqui: Flamengo, bicampeão recente do torneio, está acostumado a mata-mata, e o Estudiantes carrega a tradição de quatro títulos e uma escola histórica de competitividade. Ajuste de transição defensiva será chave para os brasileiros: evitar contra-ataques longos e escanteios desnecessários. Para os argentinos, sobreviver ao primeiro tempo no Rio sem sofrer aumenta muito a probabilidade de levar a decisão para um jogo de 180 minutos de xadrez.
São Paulo x LDU reacende uma rivalidade que já ferveu em torneios continentais. A LDU conhece cada palmo da altitude de Quito (cerca de 2.850 m) e usa isso a favor: ritmo oscilante, bolas longas que viajam mais e adversário sentindo o ar rarefeito. O Estadio Rodrigo Paz Delgado costuma ser duro para quem não se adapta. Estratégias comuns no Brasil: chegar em cima da hora para reduzir o impacto da altitude ou ir dias antes para aclimatar. Cada comissão escolhe seu caminho.
No Morumbis, o cenário muda: torcida grande, gramado amplo e mais posse para o São Paulo. A LDU, campeã da Libertadores em 2008 e acostumada a mata-mata, tem leitura de jogo para segurar pressão e matar em transições. Para o São Paulo, vale controlar o emocional e proteger a entrada da área, onde a LDU gosta de finalizar de média distância. Atenção aos cartões: séries com altitude costumam ter mais faltas táticas pela quebra de ritmo.
Racing x Vélez Sarsfield é duelo argentino com assinatura de equilíbrio. Racing chegou com moral após eliminar o Peñarol, e o Vélez ganhou confiança ao bater o Fortaleza com autoridade em casa. Tecnicamente, tendência de jogos truncados, muito estudo no primeiro encontro e decisões em jogadas de bola parada. Quem abrir o placar primeiro em cada partida pode ditar o ritmo por longos períodos, controlando a posse e o relógio.
Além do campo, a logística pesa em todas as séries. As viagens entre Brasil, Argentina e Equador exigem planejamento de recuperação, especialmente quando há altitude no meio. As comissões avaliam cada detalhe: horário do treino de reconhecimento, alimentação, tempo de deslocamento do hotel ao estádio e até o tipo de chuteira para gramados com características diferentes. Janelas de 7 dias entre ida e volta pedem rotação inteligente para evitar lesão.
E o ambiente? Monumental de Núñez, Allianz Parque, Maracanã, Morumbis, La Plata e Quito prometem lotação alta e clima de mata-mata. Clubes devem divulgar informações de ingressos e setores visitantes de forma escalonada nas próximas semanas. Para quem planeja viajar, vale checar documentos, seguro e exigências locais com antecedência — fronteiras e aeroportos ficam mais cheios nessas datas.
O recorte competitivo também chama atenção: são três brasileiros em busca de manter a hegemonia recente do país na competição e quatro argentinos tentando reverter a maré e recolocar a Albiceleste no topo com força. A LDU é o ponto fora da curva, mas com cartel pesado no continente e a vantagem natural de Quito. A conta é simples: quem errar menos nos 180 minutos passa.
Calendário-chave para o torcedor se organizar:
• Quartas de final: 17-18/9 (ida) e 24-25/9 (volta)
• Semifinais: semanas de 22 e 29/10
• Final (Lima, Estadio Monumental): 29/11
Em campo, a régua sobe: intensidade alta, decisões por detalhes e um continente inteiro ligado. Palmeiras x River abre uma trilha duríssima; Flamengo encara a escola copeira do Estudiantes; São Paulo precisa atravessar a altitude para decidir em casa; Racing e Vélez vão medir forças em série de cara fechada. A Libertadores mostra mais uma vez por que é diferente: nenhum favorito dorme tranquilo nessa fase.