Alckmin reage à tarifa de 50% dos EUA e alerta para prejuízo nas relações Brasil-EUA

Crise entre Brasil e EUA se intensifica após tarifa surpresa
Pouca gente esperava uma reviravolta comercial tão drástica entre Brasil e Estados Unidos em 2025, mas foi o que aconteceu logo no começo de agosto. Um dia depois dos EUA baterem o martelo e subirem para 50% o imposto sobre tudo que o Brasil exporta, Geraldo Alckmin se encontrou às pressas com o encarregado de negócios da embaixada americana em Brasília. O clima foi tenso, no mínimo.
A decisão vinda da Casa Branca tem cara e assinatura de Donald Trump. Segundo o próprio, o Brasil estaria praticando uma caça às bruxas com o ex-presidente Jair Bolsonaro. A justificativa soou política e pegou mal no Planalto. Alckmin bateu de frente: "Essas tarifas não têm base legal ou econômica. O julgamento de Bolsonaro é um assunto interno. Lula também passou quase dois anos preso e ninguém duvidou da Justiça brasileira naquela época."
A puxada de tapete veio justo quando a balança comercial mostrava resultados positivos dos dois lados. Alckmin detalhou: enquanto as exportações brasileiras para os EUA subiram 4,3% no primeiro semestre, os americanos também ampliaram em 11% as vendas para cá. "As cadeias de produção estão integradas. Essas tarifas não afetam só o Brasil: vão prejudicar trabalhadores e consumidores americanos também", alertou o ministro.

Brasil prepara resposta dura e aponta para guerra comercial
A reunião não ficou só no desabafo. Alckmin avisou que o governo já está com tudo pronto para ripostar. Ele e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, montam um arsenal de retaliações: o pacote inclui desde tarifas recíprocas até queixas formais na Organização Mundial do Comércio e acordos de exportação alternativos com outros países — o México já apareceu como possível parceiro. Rui Costa (Casa Civil) e Mauro Vieira (Itamaraty) analisam as medidas, sinalizando que o Brasil não vai recuar.
No fundo dessa briga está o julgamento de Bolsonaro, acusado até de tramar assassinatos contra Lula, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Para piorar, Trump já atacou Moraes publicamente e, na semana passada, os EUA impuseram sanções contra Moraes usando a chamada Lei Magnitsky, citando supostas violações de direitos humanos. O governo brasileiro disparou — chamou de interferência inédita.
Com a situação pegando fogo, Alckmin pediu que os dois países esfriem os ânimos. Ele afirmou que o Brasil quer negociar, mas não abrirá mão de proteger exportações brasileiras nem aceitar medidas unilaterais. Técnicos dos dois lados têm conversado para tentar destravar o impasse, mas ninguém arrisca prazo — e o temor de guerra comercial só aumenta.